Edifício Itamaraty | intervenção pelo artista Robinho Santana (Foto: Divulgação)

Totens auxiliam o festival de arte urbana CURA 2020, em Belo Horizonte

O evento conta agora com tais equipamentos para sinalizar o transeunte acerca da proximidade de obras que compõem a atual edição, além de servir como aparato informativo e de higienização

O Circuito Urbano de Arte (CURA), maior festival de arte pública de Minas Gerais, na capital Belo Horizonte, passou a incluir uma rede de totens posicionada em pontos estratégicos que sinalizam a proximidade de obras correspondentes à exposição. Ao todo, seis equipamentos indicam a presença de empenas cegas modificadas por renomados artistas e também possibilitam a consulta de informações gerais sobre a mostra, como mapa de localização dos murais (inclusive de edições anteriores), programação e quadro de artistas envolvidos no evento de 2020. O mobiliário multifuncional ainda serve como aparato de higienização pública, oferecendo aplicadores de álcool em gel para assepsia.

 

 

 

Em sua quinta edição, o CURA entregará, além das quatro novas pinturas em prédios no hipercentro de Belo Horizonte, duas grandes instalações de arte pública nas imediações do centro da cidade. Devido à situação pandêmica, nesse ano não haverá festas ou aglomerações, portanto, toda a programação permanecerá aberta e gratuita ao público em transmissões on-line, incluindo debates, oficinas e aulas. A programação diversa discute a atualidade e traz nomes artísticos em destaque no cenário nacional.

Outra novidade da edição 2020 é o lançamento da Galeria de Arte Virtual do CURA, que põe à venda obras de arte de cerca de 60 artistas nacionais selecionados pela comissão de curadoria que, recentemente, elegeu através do concurso de ideias nacional, o artista Diego Mouro para intervir em uma das empenas escolhidas. Compõem a comissão os artistas: Arissana Pataxó e Domitila de Paula, e as criadoras do festival Janaína Macruz, Juliana Flores e Priscila Amoni.

O festival defende a resistência em tempos de aculturação e decide por uma curadoria que se aprofunda em um Brasil não somente urbano. É urgente ouvir vozes que apontam para outros caminhos”, descrevem Amoni, Flores e Macruz.

O Circuito Urbano de Artes completa sua quinta edição e, a partir dela, contabilizam 18 obras de arte em fachadas e empenas, sendo 14 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte-mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro. O CURA também presenteou Belo Horizonte com o primeiro e, até então, único Mirante de Arte Urbana do mundo.

Abaixo estão relacionados os nomes dos edifícios que vêm recebendo as novas intervenções do CURA 2020, com suas respectivas informações históricas, endereços e artistas responsáveis. Além deles, constam os pontos em que estarão localizadas as duas instalações temporárias inéditas desta edição.

Edifícios | CURA 2020

Edifício Cartacho | Rua dos Caetés, 530

Foi construído na década de 1950 e faz parte do conjunto arquitetônico modernista de Belo Horizonte. Conhecida por ser o primeiro grande corredor comercial da cidade, a Rua dos Caetés possui mais de 50 imóveis tombados pelo Patrimônio Cultural – entre casarões e edifícios, que datam desde a inauguração da capital até a década de 70, a via sinaliza alto fluxo diário.

Sua empena de 652 metros quadrados recebe nova obra de arte pública da cidade criada pela artista mineira Lidia Viber.

 

Edifício Itamaraty | Rua dos Tupis, 38

Construído na década de 1960, o Edifício Itamaraty entra para a história do CURA ao receber a maior obra de arte pública já criada pelo festival, com uma área total de 1.892 metros quadrados, pelo artista Robinho Santana – até a edição passada, esse título pertenceu à artista Milu Correch com sua pintura de 1.792 metros quadrados, na empena da Garagem São José. Agora juntas, as intervenções no Itamaraty e na São José configuram uma esquina icônica para a arte urbana com quase 4 mil metros quadrados de mural.

Vizinho do tradicional Hotel Othon Palace, na Avenida Afonso Pena, o prédio pode ser visto do Mirante CURA, na Rua Sapucaí, e também vai inaugurar um novo espaço para contemplação de arte urbana na cidade, a Praça Sete.

 

Edifício Levy | Avenida Amazonas, 718

Carrega consigo uma parte essencial da história da música mineira e, nesta edição do CURA, sua empena de aproximadamente 1 mil metros quadrados também receberá uma nova obra de arte pública. Em 1963, Milton Nascimento se muda de Três Pontas para Belo Horizonte e vai morar em uma pensão no Edifício Levy. No apartamento vizinho, viviam os irmãos Borges: Marilton, Márcio e Lô, que se tornariam seus grandes amigos e parceiros de carreira. Ali nascia o Clube da Esquina, agora enfatizado pela intervenção artística de Daiara Tukano, a primeira artista indígena do Brasil a pintar uma empena.

 

Edifício Almeida | Rua São Paulo, 249

Detentor de uma empena cega com 428 metros quadrados, a intervenção será concebida pelo artista selecionado em convocatória pública nacional, Diego Mouro.

Inaugurado em 1968, o edifício nasceu com uso comercial, funcionando até 2004, momento em que foi necessária sua desativação. Vazio até 2017, uma iniciativa da Revista Ernesto convocou vários artistas e criativos da capital mineira para ocupar as instalações do prédio, fundando o Almeida Centro de Inspiração. Foram meses de ressignificação e resgate da construção por meio atividades, colaborações, encontros e trocas até que, novamente, fez-se preciso desativá-lo.

Instalações artísticas

Bandeiras na Janela
Endereço Avenida do Contorno, 842
Exposição 22 de setembro a 1º de dezembro
Autores Denilson Baniwa (Barcelos, AM); Randolpho Lamonier (Contagem, MG); Célia XaKriabá (São João das Missões, MG); Ventura Profana (Salvador, BA); Cólera e Alegria (BR)

Escultura Inflável “Entidades”
Endereço Arcos do Viaduto Santa Tereza
Exposição 22 de setembro a 22 de outubro
Autor Jaider Esbell (RR)

 

Saiba mais sobre a programação em  cura.artcura festival (Facebook); e  cura.art (Instagram).