Toronto tem assistido nos últimos meses a um acalorado debate sobre a construção de um complexo com três torres, cada uma com pelo menos 80 andares, cujo projeto está em desenvolvimento por ninguém menos do que Frank Gehry, arquiteto estrela que se consagrou com o Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha.
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A dúvida que paira no ar, sobretudo entre os que se opõem à construção, é se a proposta do arquiteto, vencedor do Pritzker em 1989, representa uma tentativa de incluir a cidade no circuito da arquitetura contemporânea ou apenas um equívoco urbanístico que congestionará ainda mais o centro da metrópole canadense.
Gehry nasceu em Toronto em 1929, mas se naturalizou norte-americano. O projeto elaborado para sua cidade-natal consiste em três torres residenciais, de 80 a 85 pavimentos, erguidas sobre um pódio de três andares onde o magnata David Mirvish, que bancará a construção, pretende manter uma galeria para expôr gratuitamente seu acervo de artes plásticas.
As curvas e planos retorcidos que marcam a arquitetura de Gehry estão presentes no projeto dos edifícios que, caso liberados pelos órgãos municipais de aprovação de obras, ocuparão um quarteirão inteiro da cidade onde atualmente há uma série de galpões centenários.
Além dos possíveis prejuízos urbanísticos e históricos, o prédio deve enfrentar, ainda, os desafios do mercado imobiliário local – o mais aquecido da América do Norte, mas também o com a maior taxa de vacância. Estima-se que Toronto tenha pelo menos 400 edifícios recém-construídos, mas com menos de 20% de ocupação.
Veja o site de Frank Gehry: www.foga.com