
- (Imagem: coletivo oitentaedois)
Desde janeiro de 2020, semanalmente o Coletivo Oitentaedois – em sua extensão intitulada Radar – lança conteúdos inéditos e curiosos abordando temas que se relacionam ao mundo contemporâneo – parte deles, em meio a produção sortida, faz referência à complexidade de assuntos que envolvem formações urbanas. Neste episódio “Cidades como Serviço”, no ar desde o último 6 de julho, as recentes transformações organizacionais urbanas são debatidas sob a ótica da Internet das Coisas e do Big Data.
Como parte integrante do enredo, entende-se que as crescentes iniciativas estruturadas através do compartilhamento via internet – inclui-se aplicativos de entrega, transporte, entretenimento e até sites de busca -, geram novas formas de troca e, por consequência, também novas problemáticas. Daí deriva a principal questão: entender a linha tênue que segmenta direitos e serviços urbanos.
O capítulo, escrito e apresentado por Alexandre Sato (integrante do coletivo), discorre justamente sobre o conceito da economia compartilhada somada ao que se chama ‘Revolução 4.0’: “É como um novo conceito de cidade e organização política – a ‘Cidade como Serviço’ que, na realidade, são serviços prestados sob incrementações tecnológicas (…). A cidade é concebida como um serviço, que deve garantir o acesso a dados e informações personalizadas em tempo real aos seus ‘cidadãos’”, explica.
O episódio conta com o depoimento de Paulo Galo Lima, organizador do movimento Entregadores Antifascistas (@jornalistaslivres) que, em meio à greve ocorrida no dia 1° de julho de 2020, declara precarização da categoria e clama por melhores condições de trabalho. Nesse sentido, Sato complementa: “Essas empresas não conectam nada, somente demandas (…). Não geram nada de novo, somente escalam serviços. [Os aplicativos] são empresas de tecnologia, e não ficam sujeitos às leis e regulações dessas áreas. Até o município se organizar, já destruíram a cena local, expandiram para mais outra cidade, cresceram a base de usuários e atraíram mais investimentos”.
Em complemento a tais considerações, ilustra-se a transformação sofrida pela figura do “cidadão” (para “usuário”) através do vídeo que promove Helsinque como a primeira cidade como serviço mundial. Perante os termos utilizados, vê-se a modificação daquilo que dantes era tido como direito e, hoje, passa a ser apontado como serviço.
Confira na íntegra o conteúdo do “Cidades como Serviços” e outros produzidos pelo Radar Oitentaedois.