Selo CAU/DF 2021: últimos dias para inscrição!

Lançada no Dia Nacional do Patrimônio Histórico (17/8), a 2ª edição da iniciativa segue com o objetivo de certificar edificações modernas não monumentais de Brasília, que estejam em bom estado de preservação, e homenagear seus autores. O prazo de inscrição se encerra nesta sexta-feira, 17 de setembro!

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF), por meio de sua Comissão Temporária de Patrimônio, dá continuidade à ação Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília (imagem acima). A segunda edição da iniciativa, anunciada no Dia Nacional do Patrimônio Histórico (17/8), e aos 61 anos da capital federal, segue em busca de reconhecer o valor histórico de edificações não monumentais da cidade, bem como de seus autores (geralmente desconhecidos), divulgando também as práticas de manutenção que as mantiveram em bom estado até o presente momento.

Segundo o Conselho, “espera-se contribuir, mais uma vez, para a valorização do patrimônio cultural de nossa cidade, e chamar a atenção do brasiliense sobre a imersão cotidiana e sua importante atuação na preservação da memória da capital”. Dessa forma, acredita-se haver promoção da arquitetura de Brasília representada pelas edificações e espaços públicos que fazem parte da vida cotidiana, mas que, muitas vezes, permanecem relegados a um papel secundário por não integrarem a escala monumental que trouxe reconhecimento à capital.

Em 2020, ano da primeira edição do Selo, oito blocos de superquadra foram laureados, dentre trinta indicações. A seleção dos edifícios e sua avaliação foram realizadas pela própria Comissão [confira em Revista PROJETO: Selo CAU/DF será entregue a oito edificações de Brasília]. Neste ano, além de blocos residenciais das superquadras, serão avaliadas escolas públicas e privadas construídas nas primeiras décadas da cidade, bem como a nova possibilidade de inscrições de edifícios pela parte interessada.

As indicações finais serão realizadas pelos Conselheiros integrantes da Comissão Temporária de Patrimônio, mediante a também inscrição dos interessados por meio do formulário on-line, até o próximo 17 de setembro, por meio da apresentação de fotos, argumentos e informações sobre o edifício, que sejam relevantes para a avaliação de sua candidatura. Dúvidas serão esclarecidas através do e-mail [email protected].

 

Os edifícios construídos em Brasília, nas suas primeiras décadas, fora do eixo monumental, foram tão essenciais para a formação da imagem da cidade. Se por um lado, estes edifícios monumentais funcionaram como marcos de claro apelo simbólico, isolados ou não de seu contexto, a arquitetura não monumental, por outro, possui significativa relevância como conjunto”, reforça a Comissão.

 

O uso contínuo destes edifícios gera, portanto, a necessidade de reformas e manutenção, porém, embora intervenções sejam necessárias, é preciso atenção sobre alterações de características importantes do projeto original. A busca pelo incentivo da preservação se justifica pelo fato de que, apesar de o Plano Piloto de Brasília (DF) possuir proteção patrimonial – ora, foi o primeiro conjunto urbanístico moderno a ser reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (1987) -, não são as edificações reconhecidas como patrimônio, mas suas escalas urbanísticas – monumental, residencial, gregária e bucólica. “E, enquanto a capital possui algumas edificações tombadas pelo Iphan e pela Secretaria de Cultura do DF, restringe-se à escala monumental”, informa o descritivo do Conselho.

É importante salientar que o Selo não é um tombamento, tampouco se baseia em critérios da teoria da conservação, mas sim, um certificado de reconhecimento pelo relevante trabalho realizado no sentido da manutenção predial e respeito às características originais dos edifícios.

Sabe-se que, na avaliação, serão considerados os seguintes critérios gerais:

  • Fachadas respeito à composição original, manutenção e critério na substituição de revestimentos, esquadrias, cobogós, brises e vidros; padronização de varandas, aparelhos de ar condicionado, toldos, grades, cabeamentos, quando existentes;
  • Elementos urbanos escadas, corrimãos, rampas de garagem, acessibilidade, calçamento do entorno e totens, bem como a execução de acréscimos de jardins, rampas, calçadas e mobiliário urbano, quando existentes;
  • Áreas comuns do edifício (exclusivamente em edifícios escolares) respeito à composição original nos: pisos, pilares, revestimentos/painéis, forro/teto, portarias externa e interna, permeabilidade e circulação livre, iluminação e mobiliário fixo; critério na execução de acréscimos;
  • Pilotis (exclusivamente em blocos de superquadra) respeito à composição original nos pisos, pilares, revestimentos/painéis, forro/teto, portarias externa e interna, permeabilidade e circulação livre, percentual de ocupação de até 30%, iluminação e mobiliário fixo; Acréscimo de guaritas, mobiliários, salões de festas, bicicletários, academias e a residência do zelador ou zeladora.

 

Além disso, serão valorizadas as intervenções que ofereçam acessibilidade universal ao edifício, desde que respeitando sua arquitetura; visem a sustentabilidade ambiental e conservação de energia do edifício; não tenham pendências administrativas em órgãos do GDF. Ao final, as edificações selecionadas ao Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília recebem placa alusiva à obra, a ser fixada em suas imediações, acompanhada de certificado emitido pelo CAU/DF e entidades apoiadoras, a ser entregue em quatro vias de igual teor, destinadas ao autor do projeto original (ou um representante de sua família), ao autor do projeto de reforma/restauro; ao responsável técnico pela execução da obra; e ao condomínio.