A última quarta-feira (30/3) concluiu o período de permanência do Banco Trianon na praça pública do Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia – MuBE, em São Paulo. O mobiliário destinado ao espaço e uso urbano participou do ‘Paulista para Todos’, em 2018, concurso de ideias para a Avenida Paulista, cujo objetivo seria o de espalhar pela via dez unidades dos bancos propostos. Na ocasião, conceberam a peça o arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), e sua filha e arquiteta Nadezhda Mendes da Rocha, como mais uma criação conjunta da dupla. Porém, em detrimento à descontinuidade do projeto, permaneceu em maquete.
Já em 2020, Adriana Bianchi, do Instituto Iadê de Arte e Design, sugeriu para Nana e Paulo a materialização do mobiliário, por sua relevância de design e conceito urbano, tendo, somente neste ano, alcançado escala 1:1. A estreia aconteceu, portanto, sob guarida do MuBE, como forma de promover o encontro preciso entre obra arquitetônica basilar de PMR com uma de suas últimas realizações, sob o cuidado de sua filha. O que se espera é a sequencial circulação da peça, para amostragem, em instituições, espaços públicos, eventos do setor, almejando produção pelo Iadê e, enfim, o objetivo de implantação no espaço urbano, segundo futuras manifestações de interesse por prefeituras.
Banco Trianon 2018
O nome Trianon surge a partir da história do lugar que, no contexto de abertura da Avenida Paulista no final do século XIX, construiu-se um ‘belvedere’ na região onde hoje está o Parque Trianon e o MASP – havia um restaurante, com mirante, que levava o nome de Trianon, junto de uma vista, na época, de cidade em crescimento e natureza ainda bastante presente.
A visão de Paulo e Nadezhda Mendes da Rocha propõe novos horizontes e desenhos, refletindo sua relação com cidade, territórios, natureza, materiais, técnicas e seu entendimento do papel que a arquitetura deve desempenhar. Desenvolve-se um trabalho que é contraponto crítico à realidade, ao passo que esforça para contemplar as necessidades da imprevisibilidade de vida humana nos espaços. A habilidade foi, portanto, de provocar a transformação do lugar com fundamental interesse social e narrativa visual.
O nome é referência a esta ideia de ponto de encontro para se olhar a paisagem. Hoje, como a vista é a própria cidade pulsante e seus transeuntes, sugere-se as diferentes formas de observá-la, por diferentes pontos de vista, possibilitando pausa e encontro entre pessoas desconhecidas”, pontua Nana Mendes da Rocha.
O banco ainda demonstra a importância do aço como material essencial no desígnio da linguagem criativa de Mendes da Rocha, junto de sua filha, ao mesmo tempo que indica a importância do mobiliário
enquanto elemento agregador e indissociável do espaço arquitetônico de convívio e uso. Sendo assim, sua existência serve e discute o público e o coletivo através do design.
Banco Trianon 2018
Material Aço carbono; Pintura eletrostática
Medidas 65cm X 600cm x 58cm (AxLxP)
Peso 210 kg
Configuração 10 assentos articulados