Sai do papel Banco Trianon, de Nadezhda e Paulo Mendes da Rocha

O mobiliário destinado ao espaço e uso urbano participou do ‘Paulista para Todos’, em 2018, concurso de ideias para a Avenida Paulista. Descontinuado o projeto, somente agora a peça assume escala 1:1, por produção do Instituto Iadê, que prospecta circulação do banco em instituições, locais públicos, eventos do setor, e, enfim, implantação em cidades

Banco Trianon 2018 no MuBE, em São Paulo (Foto: Rômulo Fialdini)

 

 

A última quarta-feira (30/3) concluiu o período de permanência do Banco Trianon na praça pública do Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia – MuBE, em São Paulo. O mobiliário destinado ao espaço e uso urbano participou do ‘Paulista para Todos’, em 2018, concurso de ideias para a Avenida Paulista, cujo objetivo seria o de espalhar pela via dez unidades dos bancos propostos. Na ocasião, conceberam a peça o arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), e sua filha e arquiteta Nadezhda Mendes da Rocha, como mais uma criação conjunta da dupla. Porém, em detrimento à descontinuidade do projeto, permaneceu em maquete.

Já em 2020, Adriana Bianchi, do Instituto Iadê de Arte e Design, sugeriu para Nana e Paulo a materialização do mobiliário, por sua relevância de design e conceito urbano, tendo, somente neste ano, alcançado escala 1:1. A estreia aconteceu, portanto, sob guarida do MuBE, como forma de promover o encontro preciso entre obra arquitetônica basilar de PMR com uma de suas últimas realizações, sob o cuidado de sua filha. O que se espera é a sequencial circulação da peça, para amostragem, em instituições, espaços públicos, eventos do setor, almejando produção pelo Iadê e, enfim, o objetivo de implantação no espaço urbano, segundo futuras manifestações de interesse por prefeituras.

 

 

Nadezhda Mendes da Rocha junto do Banco Trianon 2018, no MuBE, em São Paulo (Foto: Rômulo Fialdini)

Banco Trianon 2018

O nome Trianon surge a partir da história do lugar que, no contexto de abertura da Avenida Paulista no final do século XIX, construiu-se um ‘belvedere’ na região onde hoje está o Parque Trianon e o MASP – havia um restaurante, com mirante, que levava o nome de Trianon, junto de uma vista, na época, de cidade em crescimento e  natureza ainda bastante presente.

A visão de Paulo e Nadezhda Mendes da Rocha propõe novos horizontes e desenhos, refletindo sua relação com cidade, territórios, natureza, materiais, técnicas e seu entendimento do papel que a arquitetura deve desempenhar. Desenvolve-se um trabalho que é contraponto crítico à realidade, ao passo que esforça para contemplar as necessidades da imprevisibilidade de vida humana nos espaços. A habilidade foi, portanto, de provocar a transformação do lugar com fundamental interesse social e narrativa visual.

 

 

 

O nome é referência a esta ideia de ponto de encontro para se olhar a paisagem. Hoje, como a vista é a própria cidade pulsante e seus transeuntes, sugere-se as diferentes formas de observá-la, por diferentes pontos de vista, possibilitando pausa e encontro entre pessoas desconhecidas”, pontua Nana Mendes da Rocha.

 

O banco ainda demonstra a importância do aço como material essencial no desígnio da linguagem criativa de Mendes da Rocha, junto de sua filha, ao mesmo tempo que indica a importância do mobiliário

enquanto elemento agregador e indissociável do espaço arquitetônico de convívio e uso. Sendo assim, sua existência serve e discute o público e o coletivo através do design.

 

 

Banco Trianon 2018
Material Aço carbono; Pintura eletrostática
Medidas 65cm X 600cm x 58cm (AxLxP)
Peso 210 kg
Configuração 10 assentos articulados