(Foto: Acervo National Geographic)

Reconstrução da Notre-Dame pretende seguir fielmente o projeto original

Mesmo com previsão de “toques contemporâneos” no plano pós-incêndio, as últimas resoluções apontam para a permanência do mesmo desenho da catedral

A nova Ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot, afirmou na última quinta-feira (9) sobre a existência de um “amplo consenso” para reconstruir o pináculo da catedral de Notre-Dame de Paris “de forma idêntica” ao projeto que pegou fogo em 15 de abril de 2019.

Mais de um ano depois do ocorrido, a declaração foi feita após reunião do comitê consultivo: “Um amplo consenso está surgindo na opinião pública e nos tomadores de decisão – já que, no final, será o presidente da República que decidirá – pela reconstrução idêntica (…). É sempre difícil dizer exatamente igual, mas se pretende seguir o ‘espírito da flecha’ anterior. Embora o assunto pareça controverso na imprensa, deve-se reconhecer que, dentre os entrevistados, a reconstrução idêntica prevaleceu quase por unanimidade “, explicou Bachelot à rádio France Inter.

Diversas propostas (e, se possível dizer, ousadas) para reconstrução do monumento foram apresentadas por escritórios de arquitetura do mundo todo em concurso público de ideias aberto pelo governo francês após dois dias do acidente. Desde aquele momento, o presidente da França, Emmanuel Macron, já afirmava a intenção de reconstruir todo o monumento em apenas cinco anos, dada sua importância como um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade, desde 1991, pela Organização das Nações Unidas para a Cultura (UNESCO) – considera-se 200 anos para construção da Notre-Dame, incluindo reformas e adaptações posteriores, como a própria inserção do pináculo pelo arquiteto restaurador Eugène Viollet-le-Duc.

De abril de 2019 até afora, a Catedral teve seus trabalhos de restauração interrompidos em várias ocasiões e por diversos motivos – entre eles chuvas, risco de contaminação por chumbo e, claro, a epidemia do Covid-19. Apesar do atraso, as obras foram finalmente retomadas no fim de abril deste ano e pode-se dizer que se mostram otimistas os parlamentares responsáveis pelo acompanhamento da lei que permite ações sobre o patrimônio mundial – não somente em relação ao pináculo, mas gerais sobre o prédio: “De fato, após o tempo dos diagnósticos sobre o estado dos pilares e abóbadas, chegará o momento da restauração,” finalizou Bachelot.

Ainda, prevê-se que o orçamento para a primeira fase da construção seja revisto e aumentado: “O que já se pode dizer é que o orçamento de implementação das obras aumentou significativamente. Estimado no verão passado em € 85 milhões até o verão de 2020, o valor considerado agora para as obras está em € 165 milhões de euros, por dois anos,” afirma de acordo com Brigitte Kuster, presidente da comissão de investigação responsável por monitorar a obra.