Arena Pernambuco, de Fernandes Arquitetos Associados

PROJETO + AGC: saiba a opinião de especialistas ao especificar ETFE em grandes obras

O encontro virtual, realizado na última terça-feira (11/8), contou com a ilustre presença do arquiteto Daniel Fernandes para reportar sua experiência com as membranas Fluon® ETFE no case autoral Arena Pernambuco

A Revista PROJETO, apoiada pela internacional AGC, promoveu na última terça-feira (11/8) mais uma edição da série de encontros virtuais promovida junto ao grupo. Desta vez, o evento temático ‘Cores e Diversidade: a especificação de membranas ETFE na arquitetura de grandes obras’ trouxe como convidado especial o arquiteto Daniel Fernandes, fundador do Fernandes Arquitetos Associados, para ouvir deste reconhecido profissional acerca de processos, vantagens e recomendações a partir da especificação do filme Fluon® ETFE em seus projetos, com destaque para o case de sucesso Arena Pernambuco.

 

AGC Vidros

Inaugurando o live, a Gerente de Desenvolvimento de Mercado da AGC Vidros, Ana De Lion, explicitou a gama de atuação do grupo ali representado. A multinacional japonesa, líder mundial na fabricação de vidros, abrange diversos segmentos – entre eles o da construção civil – produzindo, além da grande variedade de vidros altamente tecnológicos, as supracitadas membranas Fluon® ETFE e outros produtos em sua divisão química.

De acordo com o eixo temático do encontro, Ana destacou a participação da AGC Vidros em grandes obras e complexos esportivos ao redor do mundo, sobretudo em 2018, quando a Copa do Mundo FIFA demandou a construção de diversas edificações em apoio ao evento sediado na Rússia. Foram mais de 30 projetos – incluindo aeroportos, hotéis e edifícios esportivos -, além de 11 arenas. Neste interim, a especialista apontou as principais linhas especificadas na ocasião:

“Quando a AGC fornece vidros para este tipo de construção, é muito comum a aparição do Clearvision, os vidros extraclaros AGC, principalmente em áreas internas dos estádios. Este é o vidro mais transparente do mercado, devido qualidade e tecnologia do material em apresentar baixo teor de ferro em sua composição”, explicou De Lion.

Além de aparecem frequentemente em arenas da Copa 2018, no Brasil o Clearvision foi eleito para revestir fachadas, sacadas e lounges VIP da Arena Corinthians, obra concluída em 2015. Como este projeto arquitetônico exigia um produto extraclaro e livre de colorações verdes ou azuis, todos os vidros utilizados nas áreas internas e externas do estádio foram fabricados pela AGC, em Boussois, na França, onde se realizou o processo de clareamento [para saber mais detalhes, acesse Arena Corinthians: Vidros]. Ainda importado, o Clearvision tem previsão para ser fabricado no Brasil a partir de 2021.

 

Vidros Clearvision da AGC compõem a Arena Corinthians, cujo projeto exigia um produto extraclaro e livre de colorações verdes ou azuis (Imagem: cortesia AGC Vidros)

 

A vasta especificação do Clearvision, de incomparável transmissão luminosa, foi acompanhada por outro best-seller que despontou nas arenas da Copa 2018: o Stopsol. A linha de controle solar é marcada por perfeita uniformidade e resistência a riscos e poluição, ideal para o revestimento de fachadas.

 

 

Para o profissional que deseja especificar os vidros AGC, site e o @agcvidrosbrasil do Instagram contém contatos da equipe local de apoio, além de outros cases de sucesso da marca. Para quem deseja testar on-line diferentes composições de vidro, o grupo disponibiliza o agc-yourglass.com/configurator.

“Participamos também, quando necessário, das discussões com cliente, proprietário e usuário, para que assim todos os envolvidos no processo possam ter o mesmo entendimento do porquê especificar um produto AGC naquela obra”, pontua Ana De Lion.

 

AGC Química

Na sequência, a AGC Química, braço centenário do grupo AGC, também se mostra forte na presença do mercado mundial, atualmente em 15 países. Mesmo que apenas desde 2013 no Brasil, sua representatividade nacional cresce com a chegada de cada vez mais produtos atestados no exterior, sobretudo pela excelência no desempenho das propriedades tecnológicas.

Apesar do foco temático concentrar-se na construção civil, a divisão também se revela abrangente nos setores cosmético, automotivo, têxtil e outros. Mais especificamente direcionado à arquitetura, o grupo ampliou recentemente seu portfólio, inovando através da fabricação de polímeros de alto desempenho, com destaque para o filme Fluon® ETFE, motivo do encontro desta última terça-feira. [Para saber sobre a excelência de outros produtos do portfólio, confira ‘Conteúdo AGC: Inovação e durabilidade a serviço da arquitetura’ / publicado em jul. 2019].

Representando a marca, Sérgio Yai, Gerente de Vendas e Marketing para América Latina da AGC Química, detalhou o filme de ETFE ao apresentar as propriedades de seu desenvolvimento com polímeros de altíssima tecnologia, chamando atenção para as inúmeras qualidades técnicas e infinitas possibilidades de uso.

Segundo Yai, o produto apresenta “alta resistência mecânica, química e estabilidade térmica”, fatores provenientes do encadeamento de polímeros específicos. Além disso, a formulação assegura transparência resistente à passagem do tempo, mantendo os níveis de transmissão luminosa durante muitos anos, sem sofrer degradação por raios UV. Com inúmeras possibilidades estéticas, o material ainda conquista leveza notável – variando de 175 a 525 gramas por metro quadrado (de acordo com a espessura da película), “sendo compatível com estruturas mais delgadas e proporcionando mais economia ao projeto”, complementa.

Atualmente o material desponta mundo afora em obras de coberturas e fachadas de prédios comerciais, centros poliesportivos, zoológicos, mercados, estações de trem, e, claro, estádios esportivos, dando vazão à arquitetura de grandes nomes mundiais com máxima inventividade – como na Arena Pernambuco, primeira obra a especificar o Fluon® ETFE na América Latina. Para a AGC, o caso representa “um belo cartão de visitas na região”, abrindo portas para outros profissionais que, da mesma forma, interessem-se pela presença do material em seus próximos projetos.

 

 

Daniel Fernandes | Fernandes Arquitetos Associados

Como convidado especial do encontro, Daniel Fernandes traçou um breve histórico de atuação de seu escritório, o Fernandes Arquitetos Associados. Desde 1998, a equipe atua em diferentes tipos de projeto e escalas, revezando entre arquitetônicos e urbanísticos: “Talvez por essa participação em diferentes nichos, chegamos, [em 2014], com a oportunidade de atuar na Copa (…). Temos um pouco de tudo e sempre estamos buscando coisas novas”, declara o arquiteto.

De notável presença no Brasil ao longo desses 22 anos, a produção do escritório não se restringiu às fronteiras nacionais, mas alcançou marcação forte no exterior e, mesmo que em caminho contrário ao quadro que se tinha em 2014 – onda de empresas se achegando ao país para os grandes eventos que aconteceriam dentro em breve -, o momento foi justamente o abridor de portas e convites para que a equipe exibisse seus trabalhos em território internacional. “A primeira apresentação que fizemos da Arena Pernambuco foi inclusive fora do Brasil, na Polônia”, complementa Fernandes. A partir dos primeiros contatos, a contratação de projetos pelo exterior só aumentou (e continua progressiva).

No caso da viabilização da Arena Pernambuco, o escritório foi convidado por um consórcio de empresas que tinha interesse em participar da concorrência para construção desse tipo de estrutura – na época, muitos estádios nasceram com o caráter de Parceria Público-Privadas (PPPs). Após selecionado, foram aproximadamente cinco anos de discussões intensas com a FIFA até o processo ser amadurecido.

De acordo com o arquiteto, não somente esse estádio, mas todos os demais, apresentam três principais desafios: arquibancada, fechamento e cobertura. “Vivendo o andamento – começamos muito cedo discutindo soluções técnicas, custos, investimentos – e optamos por separar, nesse caso, o fechamento e a cobertura em dois elementos distintos, porque, se um não desse certo de viabilizar, o outro não necessariamente seria impactado”.

Ao guiar-se por esse conceito – e frente a custos e complexidades de metragem, geometria e instalação -, a equipe desenvolveu diversos estudos de solução de fachada, desde os mais convencionais até outros de elaboração inovadora.

Devido a nossa prática em trazer novas soluções (…) e, dentro do cenário que tínhamos na época, surgiu espaço para apresentar o Fluon® ETFE”.

Mesmo que naquele momento não existisse, em território brasileiro, toda a cadeia necessária para viabilização de projeto e instalação do filme em obra, de acordo com o arquiteto ainda valia a escolha. “Depois de conhecer o material, precisamos ter contato com quem conhece o produto e avaliar todas as suas propriedades técnicas e custo – que, no caso do ETFE, deve ser observado em conjunto, já que a especificação interfere diretamente na diminuição expressiva da quantidade de toneladas de aço na estrutura. (…) A visita in loco de outras obras que utilizaram o material também é imprescindível”.

Neste caso, especificadas em módulos tipo “colchão de ar”, medindo 5 x 15 metros, as peças de toda a fachada são infladas periodicamente por apenas quatro pequenos motores e receberam padrões de impressão diferentes nas membranas internas e externas que as compõem – nos módulos do meio, em relação à altura da construção, uma face intermediária soma outra camada de ar para garantir questões de conforto térmico.

É um material extremamente versátil, que atende basicamente qualquer formato. Então pensando nesses aspectos técnicos, e também estéticos, o Fluon® ETFE é bem interessante”.

 

 

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