Não foi desta vez que o estilista Pierre Cardin conseguiu emplacar um trabalho no universo da arquitetura. Isso porque os vereadores da região de Veneza, na Itália, vetaram a construção do Palácio da Luz – nome escolhido pelo estilista francês para um conjunto de três torres que ele pretendia construir na cidade.
Desde 2012, quando o estilista de 91 anos anunciou o projeto, ele foi questionado, afinal o complexo seria construído em Marghera, cidade industrial no entorno de Veneza, e teria uma altura superior aos 255 metros, 150 a mais do que a torre da igreja de São Marcos, principal construção da histórica ilha italiana.
Com faculdade de moda, lojas, moradias, escritórios, hotéis e restaurantes, circundadas por seis praças e um parque, o projeto foi idealizado por Cardin, e contou com apoio do escritório de arquitetura Altieri de Vicenza e do prefeito de Marghera, Giorgio Orsoni, responsável pela venda do terreno ao estilista, que é oriundo de San Biagio di Callalta, a cerca de 200 quilômetros de Veneza.
Pierre Cardin tentou aprovar a obra para que a torre fosse inaugurada antes da Exposição Universal que, em 2015, acontecerá em Milão, mas, apesar da promessa de revitalizar a degradada área portuária que circunda Veneza, o projeto encontrou resistência entre a comunidade de arquitetos da região, que viram nele uma séria ameaça ao skyline local, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Francesco Bandarin, um dos reponsáveis pelo setor cultural do órgão mantido pela Organização das Nações Unidas (ONU), assegurou, inclusive, que, caso a torre fosse construída, Veneza correria o risco de perder o título.