Painéis móveis definem centro de visitação no Parque Morro do Diabo, SP

O governo do estado de São Paulo liberou R$ 20 milhões para a construção no Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio, oeste paulista, um centro de visitantes onde funcionarão um auditório para 250 pessoas, um museu natural interativo, uma sala de projeção em 3D, biblioteca e outras instalações.

O projeto foi desenvolvido pelo Departamento de Planejamento, Urbanismo e Ambiente da Universidade Estadual Paulista, do campus de Presidente Prudente, por solicitação do Ministério Público Estadual e da Fundação Florestal do Estado.

O professor Evandro Fiorin, coordenador do Núcleo de Projetos Arquitetônicos e Urbanos (NAU), da Unesp e o aluno Diego Marangoni dos Santos, do quinto ano do curso de arquitetura da Unesp estão à frente do projeto.

O departamento, relata Fiorin, foi contatado pelo Ministério Público Estadual para elaborar a proposta do novo edifício e o NAU foi incumbido da tarefa. Depois da proposta aprovada pela universidade, professor e aluno visitaram o local para então desenvolver o projeto que – eles asseguram – irá se integrar à paisagem.

“O resultado foi um anteprojeto em sintonia com o sítio, que pode se manter com uma arquitetura porosa, em virtude da permeabilidade conseguida por painéis móveis em suas elevações”, argumenta Fiorin. O arquiteto explica que o edifício se assenta em uma grande clareira do parque, que poderá ser recomposta como uma grande esplanada.

Verde, a cobertura da edificação parece dar continuidade ao perfil do terreno. O emprego de lâminas pivotantes nas laterais (que controlam a entrada da ventilação e luminosidade) favorecem a relação interior/exterior.

“O edifício foi dotado de uma grande praça coberta por uma pérgola de placas fotovoltaicas e de alguns sistemas de captação da água da chuva, além de outras preocupações, tais como, o emprego dos tijolos oriundos das olarias da região oeste do Estado de São Paulo”, informa Fiorin. Para os autores, essas questões estão ligadas a uma ideia mais ampla de sustentabilidade, mediada pela simbiose do edifício com o lugar.

Os recursos para a implantação do centro de vistantes virão das multas aplicadas por infrações ambientais.