Cerca de 120 obras do escultor neoconcretista, artista plástico e designer gráfico Amilcar de Castro compõem as instalações internas e externas do Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE), em São Paulo, incluindo a obra de quase 18 metros de altura e 27 toneladas, ineditamente deixando Uberaba, em Minas Gerais, seu local fixo.
Intitulada ‘Amilcar de Castro: na dobra do mundo’, a exposição é uma homenagem ao centenário do artista, que integra o rol dos maiores expoentes brasileiros na arte e cultura, e é realizada em parceria com o Instituto Amilcar de Castro pela curadoria de Guilherme Wisnik, arquiteto professor da FAU-USP, crítico de arte e curador, além de Rodrigo de Castro, filho do artista e diretor do Instituto, e Galciani Neves, curadora-chefe do MuBE.
A mostra é gratuita e pode ser visitada de quinta-feira a domingo, entre 11h e 17h, mediante agendamento prévio pelo site do museu. Para os interessados que não poderão comparecer presencialmente ao MuBE, é possível acessar o conteúdo através da visita virtual disponibilizada no mesmo endereço do site, contando com um compilado extenso de materiais, entre eles textos, comentários dos curadores, vídeos de bastidores e atividades educativas.
É válido pontuar acerca do ineditismo da exposição relacionado à interação entre as peças de Amilcar de Castro e o trabalho de Paulo Mendes da Rocha, arquiteto responsável pelo projeto do MuBE e grande expoente da arquitetura brasileira [veja também: ‘Paulo Mendes da Rocha recebe Medalha de Ouro 2021 da UIA’]. As grandes esculturas estão expostas no pátio do MuBE e chamam a atenção desde os transeuntes que passam pela rua, seja a pé ou sobre rodas – além de contemplarem as esculturas, conseguem acessar conteúdos via QR codes, disponibilizados em banners na fachada. Ainda tal composição é igualmente atrativa aos que buscam por programações culturais ao ar livre, recomendadas em tempos de pandemia.
Nascido em Paraisópolis, Minas Gerais, em 1920, Amilcar ingressou na Escola de Arquitetura e Belas Artes em 1944, e no ano seguinte recebeu convite para expor suas obras no 51º Salão Nacional de Belas Artes. Desde então, o artista seguiu seu movimento de ascensão, destacando-se como um dos principais artistas brasileiros.
Em março de 1959, assina o Manifesto Neoconcreto – publicado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil -, redigido por Ferreira Gullar e também assinado por Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim, Franz Weissmann e Theon Spanudis, momento em que nasce o movimento Neoconcreto brasileiro, inspirado na escola vanguardista alemã, Bauhaus.
Amilcar de Castro: na dobra do mundo
Local Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE)
Endereço rua Alemanha 221, Jardim Europa – São Paulo (SP)
Período até 27 de junho de 2021
Horário 11h às 17h, quinta-feira a domingo
Entrada gratuita e mediante agendamento prévio pelo site www.mube.space