Mercado para arquitetos e urbanistas cresceu 5,4% em 2018

Este e outros dados integram o Anuário de Arquitetura e Urbanismo 2019, lançado pelo CAU/BR


Um dos destaques do Anuário, o projeto das Moradias Infantis do Araguaia, dos escritórios Rosenbaum e Aleph Zero, foi vencedor do prêmio RIBA (Foto: Leonardo Finotti)

Realizada desde 2017 e apontada como a principal referência para o mercado de trabalho de arquitetos e urbanistas em todo o Brasil, a publicação anual traz números positivos para o segmento na edição 2019. Entre eles, vale destacar – conforme indicam os números de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) -, que a atividade de arquitetos e urbanistas vem crescendo a cada ano, num claro sinal de recuperação.

Em 2018, os profissionais registrados no CAU realizaram mais de 1,5 milhão de atividades – aumento de 5,4% em relação ao ano anterior. Os estados que mais contribuíram para esse crescimento foram São Paulo (9% mais atividades) e Santa Catarina (7% mais atividades), que ocupam, respectivamente, o primeiro e o terceiro lugar entre os estados com maior número de atividades de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, por exemplo, concentra 25% dos serviços realizados em todo o Brasil.

No total, foram realizados quase 80.000 serviços a mais em 2018 do que em 2017. Projetos arquitetônicos e execuções de obras continuam sendo as principais atividades realizadas por arquitetos e urbanistas em todo o Brasil, somando 85% do total de trabalhos realizados no país em 2018. Projetos respondem por mais da metade do total de trabalhos e serviços feitos, enquanto execuções chegam a um terço.

A ênfase, portanto, recai sobre o crescimento das atividades ligadas à execução de obras – houve um crescimento de 6,3% em 2018, o que representa 30.000 execuções de obras a mais que no ano anterior.

Campos de trabalho que vêm se destacando pelo crescimento são: engenharia de segurança do trabalho (22% de alta em 2018), acessibilidade (18% de alta) e meio ambiente (14% de alta). Apesar de somarem um número de atividades ainda pequeno – se comparado ao total de trabalhos realizados no Brasil -, estes configuram-se como mercados em plena expansão para arquitetos e urbanistas.

Arquitetos e urbanistas também podem conferir no Anuário a concentração das atividades do setor nas regiões metropolitanas das capitais e no interior dos estados – constatação que pode apontar eventualmente para novos nichos de mercado e áreas pouco exploradas pelos profissionais.

O Anuário ainda permite traçar um perfil de arquitetos e urbanistas, no sentido de que o 1,5 milhão de atividades citadas foram realizadas por 166.194 arquitetos e urbanistas – número de profissionais registrados ao final do ano passado. Trata-se de uma profissão, conforme revelam os dados, dominada por mulheres jovens, com menos de 40 anos – a proporção chega a 75% de mulheres contra apenas de 25% homens, se consideradas as profissionais de até 30 anos. No cômputo geral, mulheres já representam 63% dos arquitetos e urbanistas.

A profissão tem apelo entre as camadas mais jovens da sociedade: profissionais com menos de 40 anos são 60% do total e existem mais arquitetos e urbanistas com menos de 30 anos do quem com mais de 50 anos. Geograficamente, a maioria dos profissionais ainda está concentrada da Região Sudeste, com um terço deles apenas em São Paulo. O maior estado do Brasil formou mais de 3.500 novos arquitetos e urbanistas em 2018.

Os dados do Anuário registram ainda que o número de empresas de Arquitetura e Urbanismo vem crescendo em um ritmo ainda mais acelerado que o número de profissionais. Nesse sentido, 35% das empresas ativas hoje em dia no Brasil foram abertas nos últimos cinco anos. No final de 2018 eram quase 24.000 empresas registradas no CAU.

Quanto a prêmios e concursos realizados no ano passado, o documento do CAU/BR indica um recorde: ocorreram 14 concursos nacionais de arquitetura e urbanismono no total, abrangendo de masterplan a projetos de habitação social.

Também figuram os arquitetos brasileiros que se destacaram em concursos e prêmios internacionais, com ênfase nas distinções obtidas pelos profissionais dos escritórios Rosenbaum e Aleph Zero – responsáveis pelo projeto das Moradias Infantis do Araguaia -, vencedor do Prêmio Internacional do Instituto Real de Arquitetos Britânicos (RIBA), e terceiro lugar no Prêmio oscar Niemeyer de Arquitetura Latino-Americana. Outro reconhecimento da arquitetura brasileira aparece no Prix Versailles (da Unesco), no BREEAM Awards (para os prédios mais sustentáveis do mundo), no Prêmio Mies Crown Americas (do Instituto de Tecnologia de Chicago) e também pelo Ministério da Educação da França, que concedeu a Nadia Somekh a distinção honorífica “Palmes Acadêmiques”.

Fonte: site do CAU/BR

Confira mais informações sobre o Anuário de Arquitetura e Urbanismo 2019
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