Inscrições abertas para concurso do Memorial às Vítimas da Kiss

Competição vai escolher projeto para que vítimas da tragédia de Santa Maria, RS, não sejam esquecidas. Os recursos foram arrecadados na comunidade


(Foto: reprodução)

Por muitos e muitos anos o dia 27 de janeiro permanecerá na memória dos brasileiros e, em particular, na dos moradores de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Foi nessa data, em 2013, que a cidade viveu sua maior tragédia quando um incêndio na boate Kiss causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos. Os riscos de que o trágico acontecimento venha a ser esquecido serão minimizados, pois o terreno onde ficava a casa noturna será ocupado pelo Memorial às Vítimas da Kiss.

A edificação será escolhida em um concurso público de arquitetura, cujas inscrições foram abertas em 27 de janeiro e poderão ser realizadas até 19 de março deste ano – o edital da competição estabelece a data de 2 de abril para a entrega das propostas. Os resultados serão divulgados no dia 10 do mesmo mês. As regras da competição também determinam que o custo estimado para a construção da obra não pode ser superior a 3 milhões de reais.

As cinco propostas serão contempladas com prêmios que vão de 25 mil a 3 mil reais. O vencedor e sua equipe serão contratados para o desenvolvimento dos projetos executivos de arquitetura, paisagismo e complementares. A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) é a promotora da competição, que é organizada pelo Departamento do Rio Grande do Sul do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RS) com apoio da prefeitura de Santa Maria.

O arquiteto Tiago Holzmann, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS), é o coordenador do concurso. No evento de lançamento, Holzmann observou que a competição é a primeira no país totalmente financiada pela comunidade. A campanha de arrecadação, que teve início em agosto de 2017, atingiu mais de 250 mil reais.

“Esperamos que o Memorial seja um espaço de memória, respeito e acolhimento. O concurso permite que seja escolhida a melhor proposta, sempre obedecendo a critérios técnicos, mas que também atenda aos anseios dos pais, familiares e sobreviventes e sintetize o desejo a comunidade de Santa Maria. Para julgar os projetos, teremos a avaliação técnica de uma comissão julgadora formada por cinco membros, todos arquitetos, mas também o de uma comissão de classificação, composta por cinco familiares de vítimas e seis representantes da sociedade civil”, detalhou Holzmann.

Mais informações estão disponíveis no site da competição.