IAB apoia suspensão da demolição do Cais Estelita, no Recife

Construção de novos edifícios no terreno enfrenta resistência da população e da comunidade de arquitetos e urbanistas locais

Em meio a críticas e manifestações populares, a Prefeitura do Recife suspendeu o alvará de demolição dos galpões e arredores do Cais José Estelita. A decisão foi anunciada pelo prefeito Geraldo Júlio, no dia 3 de maio, durante reunião oficial com representantes do CAU/PE, IAB/PE e outras entidades de arquitetura e engenharia do estado.

Em nota pública, o IAB Nacional comemorou a decisão da prefeitura, reiterando a carta aberta divulgada pelo departamento de Pernambuco. “Congratula-se com os arquitetos pernambucanos pela luta empreendida, acreditando que a força do diálogo alarga os horizontes da gestão pública para a construção de cidades melhores e com menor desigualdade social”, afirma a instituição.

Com cinco ações judiciais nas esferas estaduais e federais, a demolição da área faz parte do projeto “Novo Recife”, que prevê a construção de 13 arranha-céus multiuso (residenciais e comerciais), de cerca de 40 pavimentos cada.

Em 22 de maio, o Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Iphan) embargou administrativamente o processo por cinco dias. “O entendimento do Ministério também é que a área ainda está no perímetro do patrimônio histórico e não pode ser demolida”, completou.

A nulidade do leilão e a ausência de um plano urbanístico exigido por lei são algumas das principais críticas direcionadas ao projeto, ao lado da violação das licenças do DNIT, Iphan e ANTT, bem como a falta de um estudo de impacto ambiental e de vizinhança.