Divulgação / Gustavo Utrabo

Gustavo Utrabo na reta final de prêmio norte-americano para jovens arquitetos

Concorrendo com 167 proponentes, o arquiteto brasileiro é um dos três finalistas do Wheelwright Prize 2020, promovido pela Harvard GSD. O seu projeto de pesquisa parte da experiência prévia que teve com projetos arquitetônicos desenvolvidos em locais distintos do Brasil, nos quais a apropriação de materiais naturais por técnicas construtivas diversas pretende relacionar culturalmente homem e natureza

Gustavo Utrabo é um dos três finalistas da 8ª edição do Wheelwright Prize, concedido anualmente pela faculdade de arquitetura e urbanismo de Harvard, nos Estados Unidos. O brasileiro está disputando o prêmio de 100 mil dólares com os arquitetos Bryony Roberts e Daniel Fernández Pascual, a primeira atuante em Nova York e o segundo em Londres. A soma serve ao desenvolvimento da pesquisa de dois anos proposta pelo concorrente, que deve necessariamente ser uma reflexão relacionada à sua experiência profissional. 

Utrabo, assim, idealizou o projeto “Repensando a natureza, unindo materiais” a fim de aprofundar a análise da relação do homem com a natureza – ou natureza social e natureza não social, como ele menciona – em culturas diversas, e, portanto, em concepções distintas de natureza, citando as obras Moradias Estudantis de Canuã (Aleph Zero e Marcelo Rosenbaum), no Tocantins, e Moradias Infantis em Bodoquena (concebida junto com o ex-sócio, Pedro Duschenes), no Mato Grosso do Sul, entre outras, como motivadoras da reflexão a que se propõe.

 

 

A ideia do arquiteto é percorrer cinco localidades ao longo da pesquisa: Kyoto, no Japão (visita à Vila Imperial Katsura); Indonésia (vila de Baduy); Iêmen (arranha-céus de tijolos de barro em Hadharmaut e a vila de Haid Al-Jazil); a tribo Yanomami na fronteira entre o Brasil e a Venezuela; e Los Angeles (as modernistas case studies). Nos primeiros quatro casos, há um conjunto de conhecimentos locais expressos na apropriação arquitetônica e/ou urbanística de materiais e contextos naturais a ser estudado e, no último, a intenção é analisar “como ideias de pré-fabricação se relacionam com a natureza em uma sociedade capitalista”, explicou Utrabo aos jurados na defesa do seu projeto em março – pela primeira vez na história do prêmio a presencial não foi presencial, por causa das limitações de deslocamento relacionadas ao coronavírus.

Esta é a segunda vez que Gustavo Utrabo chega na etapa final do prêmio (também em 2018 foi um dos três finalistas), que, em 2020, teve 168 concorrentes de 45 países. Todos arquitetos formados há no máximo 15 anos.

O anúncio do vencedor está previsto para o mês de maio.