Projeto de Artigas, conjunto aquático da Portuguesa é demolido

A demolição do complexo projetado por Vilanova Artigas, em colaboração com Carlos Cascaldi, ocorreu sem prévio aviso à prefeitura de São Paulo e aos próprios sócios do clube


Vista aérea do clube do Canindé. Complexo aquático demolido para futuro centro de compras (Foto: reprodução Bruno Niz / Veja SP)

A demolição do Conjunto Aquático da Associação Portuguesa de Desportos ocorreu sem qualquer aviso prévio aos conselheiros e sócios do clube, bem como às autoridades civis – era apenas conhecida pelos próprios organizadores da ação, que foi implementada em maio de 2018.

O clube enfrentava problemas desde 2013, incluindo os rebaixamentos sucessivos e sua consequente dimuição de receita. A ideia era instituir, no lugar da área do Conjunto Aquático, uma “Feirinha da Madrugada da Portuguesa”. A instalação alavancaria, logo no início, por volta de 20 milhões de reais ao clube e o auxiliaria no pagamento de suas dívidas, segundo reportagem da Veja SP.

Devido à falta de regularização para a demolição, a prefeitura regional da Mooca entrou com a ação de embargo da obra alegando ausência de alvará, o que, entretanto, não impediu a derrubada das quatro piscinas existentes, arquibancada, vestiários e a torre de saltos.

Posteriormente, mais ações de demolição e outras infrações continuaram a ser realizadas e renderam ao clube três multas, levando, por fim, à suspensão das atividades.

O conjunto compunha parte do Complexo Esportivo Doutor Osvaldo Teixeira Duarte – também chamado de clube do Canindé, com área de aproximadamente 100 mil metros quadrados – e havia sido projetado por João Batista Vilanova Artigas, em colaboração com Carlos Cascaldi.

Inaugurado em 1965, o complexo era de grande valor histórico e arquitetônico e já havia sido motivo de pedido de tombamento ao Condephaat, que arquivou o processo em 2017. Mesmo assim, os sócios do clube organizaram um abaixo-assinado para novamente solicitar o tombamento, que não surtiu efeito.

De acordo com artigo do Vitruvius, se caso fizesse parte dos bens culturais do município, qualquer ação de modificação teria de passar por órgãos de proteção e, assim, as construções preexistentes poderiam ser consideradas em qualquer novo projeto proposto.

Com informações de Vitruvius e Veja SP.