Um estudo divulgado pelo Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra o Brasil como último na lista de produtividade da mão de obra na construção civil, entre 29 países.
Os dados usados na comparação são de 2013. As informações sobre o Brasil foram produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os números dos demais países são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A Pesquisa Anual da Indústria da Construção de 2013 mostra que, neste ano, cada trabalhador da construção civil brasileira gerou o valor de US$ 18.900, inferior à média de US$ 57.800 dos países listados.
“O PIB por trabalhador da construção civil brasileira não chega a um quarto do valor verificado nas economias desenvolvidas – Bélgica, Reino Unido, Espanha e Austrália, por exemplo – e não atinge metade dos índices obtidos por economias em desenvolvimento como o México, a Eslovênia e a Eslováquia”, afirma o documento.
Segundo o relatório, os valores foram calculados pela divisão do PIB da construção civil, em moeda internacional, pelo número de trabalhadores, constituindo uma medida de valor adicionado por empregado na produção.
Entre 2000 e 2013, o índice de produtividade da construção civil brasileira ficou estagnado, de acordo com o estudo. Ele cita países em desenvolvimento, como o México e a República Checa, que tiveram, ambos, ritmo de crescimento de 1,1% ao ano na produtividade da mão de obra.
Os trabalhadores da construção civil do país, em 2013, receberam uma renda bruta anual de US$ 11.300, a menor entre os países da amostra. A Bélgica, país com a maior produtividade na construção no ano, de US$ 106.400 por empregado, registrou um dos maiores níveis de remuneração (US$ 55.500).
A pesquisa mostra ainda que “a situação das empresas formais do país era relativamente melhor e que, em alguns segmentos, a produtividade do trabalho se aproximava do padrão internacional”. Na média das atividades das construtoras formais, o PIB por trabalhador foi de US$ 32.900, valor 73,6% maior que o da média da construção civil brasileira. O salário médio pago também foi maior, US$ 13.000 por ano.
“Tanto a produtividade quanto os salários são maiores nas empresas de grande porte da construção, o que reflete o padrão tecnológico mais elevado dessas empresas. Nelas, o PIB por trabalhador foi 87,7% maior que o da média da construção civil do país, e a remuneração média dos trabalhadores foi 30,7% maior em 2013”, revela o estudo.
Considerando apenas empresas de porte médio e grande, os segmentos da construção que apresentaram produtividade da mão de obra mais elevada foram: obras portuárias, marítimas e fluviais, cuja produtividade alcançou US$ 78.900 em 2013; e de incorporação imobiliária, com PIB por trabalhador de US$ 74.400 no mesmo ano.