Parque Lage © Divulgação

Festival levará nomes da música de concerto a construções emblemáticas do Rio de Janeiro

Real Gabinete Português de Leitura, Sítio Burle Marx, Outeiro da Glória, Parque Lage e a Antiga Sé estão na lista de locais que são palco das apresentações. Confira!

Em sua primeira edição, o Festival Interativo de Música e Arquitetura (FIMA) convida o público a viver uma experiência imersiva que une música e arquitetura em construções icônicas da cidade do Rio de Janeiro. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, as apresentações têm entrada gratuita e acontecem de 10 a 21 de dezembro.

Real Gabinete Português de Leitura, Sítio Burle Marx, Outeiro da Glória, Parque Lage e a Antiga Sé são os locais que vão receber os concertos desta primeira fase do Festival. Entre os meses de janeiro e maio de 2022, o evento contará com mais cinco apresentações em outras construções cariocas, além de locais em Mangaratiba e em Itaguaí, a serem anunciados posteriormente.

Real Gabinete Português de Leitura © Ricardo Bhering

 

Idealizador do evento, o músico e produtor cultural Pablo Castellar revela que o FIMA estimulará o público para que, em cada local visitado, perceba a correlação entre a música e a arquitetura.

 

O FIMA é uma ação inovadora. Através de seus concertos, e do material digital interativo que estará disponível no site do projeto, queremos oferecer novas percepções para uma apreciação cativante das riquezas culturais de nossa história. Com ampla circulação na cidade, o FIMA passeará por diversos prédios históricos, trazendo uma nova abordagem para a construção de uma relação mais afetiva do público com o nosso patrimônio cultural”, completa.

 

Abrindo o ciclo, um local que, apesar de construído na segunda metade do século XIX, reverbera em sua arquitetura neomanuelina os tempos da expansão ultramarina do Rei Manuel I, descritos na epopeia camoniana: o Real Gabinete Português de Leitura. O templo do conhecimento e da literatura portuguesa receberá a voz da soprano Marília Vargas e as cordas dedilhadas de Guilherme de Camargo no dia 10 de dezembro, às 19h.

No programa, obras de cancioneiros portugueses do século XVI (três delas com inclusão de textos de Luis Vaz de Camões, do qual também se ouvirá uma canção composta a partir do primeiro e segundo canto de “Os Lusíadas”), Marcos Portugal, Chiquinha Gonzaga, Villa-Lobos entre outros. A arquiteta e urbanista Noemia Barradas fará os comentários que relacionam o local à escolha do programa.

 

 

Real Gabinete Português de Leitura © Vitor Souza Lima

 

No dia seguinte, 11 de dezembro, às 11h, a programação do FIMA chega ao Sítio Roberto Burle Marx, que em julho deste ano recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco. O violonista Luis Leite e os arquitetos Claudia Storino e Carlos Fernando de Moura Delfim serão os anfitriões de um passeio musical pelos principais pontos de visitação do local. Músicas que dialogam com sua arquitetura e seu jardim tropical estão no repertório, que contempla obras que vão do século XVIII ao século XX. Johann Sebastian Bach, Villa-Lobos, Schubert, Walter Burle Marx e Aníbal Augusto Sardinha “Garoto” estão no programa. O público presente também poderá fazer uma visita guiada ao sítio antes ou depois do concerto.

Construção onde se observa toda a elegância e a sobriedade da arquitetura religiosa portuguesa, a Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro é a próxima parada do festival. No dia 15 de dezembro, às 19h, o cravista Bruno Procópio executará um programa que dialoga tanto com a austeridade da área externa quanto com a riqueza do interior do local. Jacinto do Sacramento, Soror da Piedade, Jean-Henri D’Anglebert, François Couperin e Carl Philipp Emanuel Bach estão no repertório. A arquiteta Dora Alcântara é quem falará ao público sobre as características da construção.

 

Outeiro da Glória © Rafaella Bompiani

 

A soprano Eliane Coelho e o pianista Gustavo Carvalho são os músicos convidados para a apresentação no Parque Lage, em 19 de dezembro. O edifício eclético, com referências a diferentes tempos e predominância da arquitetura italiana da antiguidade romana e do renascimento florentino e veneziano será o palco para o duo interpretar obras de Camille Saint-Sans (cujo centenário de morte acontece em dezembro), Massenet, Bizet e Verdi. O historiador da arte Guilherme Bueno será o palestrante na ocasião.

Encerrando a programação da primeira etapa do FIMA, um concerto sinfônico em uma construção onde o público poderá desfrutar de toda leveza e alegria do rococó religioso do Brasil: A Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.  No dia 21 de dezembro, a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa se apresenta sob a regência do maestro e violinista Daniel Guedes, que também atuará como solista. Guiado pelas explanações da historiadora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, o público ouvirá um programa composto por obras de Jean Philippe Rameau, Carl Philipp Emanuel Bach, Mozart, José Maurício Nunes Garcia e Marcos Portugal.

 

Antiga Sé © Vitor Souza Lima

 

A experiência do FIMA também poderá ser vivida virtualmente. Além de toda programação presencial, haverá exibição on-line dos concertos (filmados em formato tradicional e em 360º), lançamento de websérie com os bastidores dos concertos e entrevistas com os convidados e um podcast com os músicos e palestrantes.

As realizações do festival contemplam também aulas magnas de música gratuitas, presenciais ou remotas, com artistas convidados para o evento, e o “FIMA na Escola”, ação educacional para estudantes da rede pública, com o objetivo de sensibilizar crianças, estimulando novos caminhos de valorização de suas identidades culturais. Tudo isso para que melhor compreendam a importância do patrimônio histórico de sua comunidade.

A programação completa e outras informações estão no www.fima.art.br.