O sucesso do pavilhão brasileiro na Expo Xangai 2010, que recebeu 2,6 milhões de visitantes e estabeleceu um novo recorde de público, estreitou os laços de Fernando Brandão com a China. Três anos depois, em setembro de 2013, o arquiteto paulistano abriu o primeiro escritório de arquitetura brasileiro no país asiático.
Para acompanhar a expansão internacional, um novo modelo de negócio foi desenvolvido e, com ele, surgiu uma nova marca, o YBYPY Arquitetura. Além de contar com as iniciais de Brandão e de seu novo sócio, o arquiteto Thiago Passos, o nome foi escolhido pelo seu significado em tupi guarani.
“Os chineses e a cultura oriental dão muita importância às tradições e origens, por isso escolhi um nome indígena. Em tupi guarani, yby quer dizer terra ou mundo, e ypy significa primeiro ou origem”, explica o arquiteto.
A iniciativa se tornou possível a partir de uma parceria com a Beijing De Tao Masters Academy, entidade ligada à Fudan University Shanghai e à Peking University, duas das maiores universidades chinesas, onde Brandão foi convidado a lecionar no núcleo de arquitetura internacional.
Com 180 metros quadrados, a filial funciona dentro do campus do Shanghai Institute of Visual Arts. O espaço teve projeto inspirado na matriz paulistana e conta com uma parede decorada com um desenho do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar.
Entre 21 funcionários, predomina a mão de obra local; há apenas uma brasileira, a gerente de negócios Janaina Calonga.
Em menos de um ano, o YBYPY Shanghai desenvolveu projetos de grande escala, como um complexo comercial com 1,5 mil unidades, além de uma cadeia de restaurantes e o espaço de um evento voltado para a Copa do Mundo 2014.
Para Brandão, a abertura de escritório na China cria um canal para o intercâmbio de experiências entre os dois países, sobretudo acerca da forma como se trabalha com arquitetura.
“Os chineses são muito comprometidos, trabalham 20 horas por dia, sete dias por semana. Eles estão querendo o ‘Brazilian way of life‘, querem absorver um pouco da nossa leveza, criatividade, nossa maneira de encarar a vida e o trabalho”, conta.