Estrangeiros falam de ecoeficiência no 1º dia do SISAU, em Curitiba

O Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo, o SISAU, chega a sua terceira edição em Curitiba com a presença de arquitetos nacionais e estrangeiros e apoio das revistas PROJETOdesign e Finestra, além de entidades como a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, a AsBEA.

O evento começou na noite do dia 20 de março, no Museu Oscar Niemeyer, com a aula magna do curso de arquitetura e urbanismo que acaba de ser lançado no Centro Universitário Curitiba, o UniCuritiba. Além da apresentação do projeto de ensino, houve a palestra de Gustavo Restrepo (foto acima), urbanista colombiano que lidera as reformas implementadas na cidade de Medellín.

Ele salientou a importância da participação popular no processo de recuperação do tecido urbano local, mas ressaltou que a arquitetura é o principal motor da renovação por que estão passando as grandes cidades da Colômbia. “O bom projeto é fruto da simplicidade: para que os cidadãos se apropriem do espaço público, na maioria das vezes basta uma árvore, um bom material de calçamento, e iluminação”, disse.

A tarde do dia 21 é dedicada a workshops sobre o uso do software BIM em projetos ecoeficientes e sobre os critérios utilizados nas certificações de sustentabilidade dadas aos edifícios no Brasil e no mundo. Já o período da manhã foi marcado pelas apresentações e debates com a arquiteta espanhola Paula Montoya (acima) e com o dinamarquês Kasper Jorgensen.

Ambos apresentaram seus mais recentes projetos, mas ela preferiu falar sobre a implementação dos conceitos de eficiência energética em projetos de planejamento urbano realizados em países europeus, como Portugal e Noruega, e sobre as propostas que criou nos últimos anos para cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.

“Os arquitetos brasileiros precisam lutar pela realização de concursos de arquitetura, ainda muito incipientes diante da força do mercado imobiliário local. Eles são a garantia para que as construções, tanto as públicas quanto as privadas, atinjam níveis de excelência em todos os aspectos, inclusive no que se refere à sustentabilidade”, afirmou a arquiteta, que é titular do Mero Estúdio, sediado em Madri.

Jorgensen (acima), por outro lado, dedicou sua palestra à apresentação de materiais construtivos que apostam na inovação, como o revestimento feito de cristal ou as estruturas de teia de aranha e até de alimentos. A madeira, porém, é o principal elemento utilizado no escritório do qual ele é sócio, o dinamarquês 3XN, famoso pela autoria do projeto de arquitetura e dos interiores do Noma, restaurante em Copenhague que é considerado o melhor do mundo.

“As receitas do Noma utilizam ingredientes que, na maioria das vezes, nunca haviam sido explorados ou que eram explorados sempre de uma mesma forma. Nossa arquitetura também é assim – acreditamos que o bom projeto parte da utilização consciente de materiais naturais, a maioria das vezes em meios e formas totalmente inesperados”, concluiu.