Divulgado o vencedor do Concurso do Cartaz 2020 do Museu da Casa Brasileira

Pela primeira vez, os participantes tiveram um tema, 'O Papel Social do Design', e vivenciaram o processo seletivo de modo digital. A exposição que reúne os trabalhos selecionados também é virtual

O Concurso do Cartaz para a 34ª edição do Prêmio Design MCB, realizado pelo Museu da Casa Brasileira (MCB), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, recebeu 403 inscrições, de 18 estados, e teve como vencedor o trabalho de Leonardo Sá Rocha Sarabanda, que será premiado com o valor bruto de R$ 3 mil. O concurso é realizado anualmente pela instituição como meio de incentivar a produção e o debate sobre essa peça gráfica – além de restaurar sua importância nas campanhas de divulgação. Em 2020 houve, pela primeira vez, um tema a ser seguido: o Papel Social do Design. Outra diferença para edições anteriores: durante o processo do concurso, a pandemia da covid-19 transformou o formato e o processo seletivo, que passaram a ser digitais.

De autoria de Leonardo Sá Rocha Sarabanda, o cartaz vencedor é “um projeto bem estruturado e que faz bom uso de imagem, cor e tipografia. Ele destaca um saco de lixo, de ponta cabeça, como o único objeto no cartaz. Uma imagem emblemática, que carrega em si muitos significados: desloca o lixo de seu lugar e orientação usuais, como um ‘ready made’, na avaliação de Ruth Klotzel, coordenadora da comissão julgadora desta edição, que prossegue: “Ele indaga sobre o valor dos objetos e sobre o que descartamos; nos mostra como somos iguais (‘do pó viemos, ao pó voltaremos’) e ressignifica a imagem do lixo quando visto à distância, fazendo-o parecer uma leve bexiga suspensa em um fio, ou um botão de rosa, por exemplo. Além dessas imagens, esse cartaz sugere várias associações possíveis, não se esgotando na objetividade e nem na intenção de quem o criou, continuando vivo nas de interpretação de quem o lê. Ele não nos traz soluções, mas evoca indagações que indicam nossa incerteza e nossa responsabilidade em relação ao futuro”. Integrante da Escola da Cidade, de São Paulo, Leonardo Sá Rocha Sarabanda teve a orientação de Celso Longo e Daniel Trench para desenvolver o trabalho.

O corpo de jurados foi formado pela própria Ruth Klotzel, designer formada pela FAU-USP e mestre pela mesma universidade, ao lado de Guto Lacaz, arquiteto pela na FAU-SJC (1975), artista multimídia, ilustrador, designer, desenhista e cenógrafo, Maria Cau Levy, designer gráfica, arquiteta e educadora, Oga Mendonça, filmmaker designer multimídia e podcaster, além de Thiago Lacaz, Designer formado pela Esdi/Uerj, com especialização em design gráfico pela USP e design de livros pela Universidade de Reading, no Reino Unido.

A comissão julgadora elegeu sete cartazes finalistas (são as peças reunidas na galeria a seguir), os quais, para a coordenadora, “expõem vários aspectos relacionados ao tema proposto: o banco caipira, composto com a lógica do sistema cromático CMYK; uma cadeira cheia de pontas, que nos impede de sentar, representando o design excludente; o saco de lixo preto, objeto que todos conhecem e que contém nossos descartes; a referência à arquiteta Lina Bardi e seu olhar para uma solução vernacular de assento; o desenho dos moldes de máscaras de proteção, tão necessárias neste momento; adesivos – que hoje são utilizados como entrada no Museu da Casa Brasileira – compondo um cartaz; as demolições e a gentrificação nas grandes cidades. Cada um aponta para algumas reflexões possíveis.”

 

 

Outras 15 peças pré-selecionadas pelo júri comporão uma exposição virtual junto ao cartaz premiado e às menções honrosas. O resultado completo você confere no site www.mcb.org.br