(Foto: João Vitor Sarturi)

Arquitetos de Curitiba participam de Hello Wood, evento sobre construção em madeira

Integrantes de um coletivo, os paranaenses formaram a única equipe brasileira no Hello Wood 2020, realizado na Argentina, e apresentaram o projeto Ginga

Iniciado na Hungria em 2010, o Hello Wood é um evento internacional de arquitetura, design e arte que promove a disseminação da construção em madeira por meio da cooperação entre estudantes e profissionais. Cada edição começa com um tema abstrato a ser interpretado – e materializado – pelos selecionados (curadoria de Jaime Grinberg) entre as várias propostas.

No Hello Wood deste ano, mais de 100 estudantes e 10 equipes de profissionais se encontraram em Ceibas, Entre Rios, para explorar o tema “sobreposição”.

 

De autoria de Giovanna Taques, Guilherme Schmitt, Victor Escorsin e João Vitor Sarturi, Ginga propõe uma elaboração a partir do verbo gingar: “Gingar – movimento básico da capoeira, intimamente ligado à ideia de movimentar-se de uma maneira harmoniosa, nunca sozinho, sempre em roda, onde existe uma constante troca entre os indivíduos”, na definição dos criadores do projeto.

Como resultado, o ensaio arquitetônico da equipe brasileira assume caráter construtivo experimental – um objeto que modifica o espaço de maneira efêmera. Tem a intenção de promover múltiplos encontros e proporcionar uma experiência como espaço de ócio, reunião e permanência.

Descrição feita pelos autores:

A abordagem escolhida parte do entendimento de que interagimos com duas esferas de camadas: as interpessoais e as virtuais. As camadas interpessoais são aquelas a partir das quais nos formamos como indivíduos: a cultura, as experiências, os sucessos e fracassos, as crenças e línguas. Ao mesmo tempo, as camadas virtuais constituem e organizam o espaço vivido: paralelos e meridianos, fronteiras, limites, o desenho urbano e os eixos construtivos, alguns dos quais se fazem tangíveis na materialização de um edifício, por exemplo. Ao mesmo tempo, as que permanecem intangíveis, continuam a influenciar diretamente o todo.

Como criar um espaço onde se possa sentir a interação entre as sobreposições de camadas interpessoais e virtuais simultaneamente? Através de um plano que permite o movimento livre horizontal em todas as direções. A camada interpessoal se faz presente no contato de pessoas sobre esse plano, causando interações inesperadas em sua superfície, movimentos espontâneos e reações sensoriais entre os ocupantes, enriquecendo assim a experiência individual e coletiva. A camada virtual se materializa através de uma estrutura modular tridimensional que contém e sustenta o plano. Para que o movimento livre ocorra, o piso está elevado do terreno, sem apoios fixos, com o auxílio de tensores. Como local de encontro, o plano se posiciona a uma altura própria para o sentar e uma luminária ao centro desperta a curiosidade e cria dinâmicas de uso em microespaços. Durante a noite, ilumina e tinge o espaço de vermelho, gera sombras e diferentes percepções.

Contate a equipe Ginga pelo e-mail [email protected] ou pelo Instagram: @ginga.hw

Ficha Técnica

Ginga
Projeto e construção 2020
Área 73 m²
Autores Giovanna Taques, Guilherme Schmitt, Victor Escorsin e João Vitor Sarturi
Equipe de montagem/estudantes Demian Miguel Rached, Ezequiel Javier Villani, Florencia Renata Lombardozzo, Juan Agustin Fernandez, Julia Martinez Rainero, Luisina Sosa, Marco Felipe Parra Gómez, Matilde Dal Maso, Sofía Magdalena de Sousa Matías, Valentina Zuluaga