O Concurso Nacional de Arquitetura e Complementares selecionou a melhor proposta de criação do Museu dos Emboabas, em Caeté (MG). Assinado pelo mineiro ARQLIQ arquitetura e por Laila Bentes, em colaboração com Márcio Motta e Giulia Sgarbi, o projeto foi elegido pela qualidade dos ambientes internos em constante diálogo com as imediações da Praça Dr. João Pinheiro, no Centro da cidade, bem como o respeito dos contextos histórico, cultural, urbano e das condições arquitetônicas e patrimoniais locais.
Edificar um museu sobre a Guerra dos Emboabas e cidade de Caeté é uma oportunidade de trazer reflexões sobre história e território, e despertar pensamento crítico sobre o tema. [É] manifesta a importância dos cidadãos pelo espaço voltado a arte, educação e cultura, e à importância da preservação da história do lugar como legado para as próximas gerações”, corrobora a equipe vencedora com o objetivo do certame.
O concurso passa agora para a fase de contratação do grupo responsável, que formalizará contrato com a entidade organizadora para o desenvolvimento do Projeto Executivo de Arquitetura e Complementares no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias. Ainda serão promovidas condições espaciais adequadas para a montagem de uma exposição fixa sobre a história da “Guerra dos Emboabas” e, consequentemente, relacionada à fundação de Minas Gerais e de Caeté.
Sabe-se que o projeto vencedor manifesta a importância da terra através de sua própria arquitetura, abrindo-se para a paisagem e colocando o usuário em contato com o território desde a entrada, na praça, até o mirante, na cobertura do prédio. No térreo há, portanto, o primeiro contato do pedestre com o museu, que por sua vez se desenvolve em nível acima, materializando-se pelo pavilhão flexível a diversas configurações espaciais. Tal bloco de estrutura metálica e vidro, com segunda pele de chapa perfurada, recebe entrada de luz e ventilação naturais em medida agradável, e possibilita visadas para a paisagem de Caeté.
No subsolo, o bloco de concreto armado recebe o setor administrativo e auditório, com acesso exclusivo a funcionários do museu e um foyer de eventos – o auditório se comunica tanto com o jardim na fachada sul quanto com a praça, pela arquibancada escavada, integrando os ambientes e possibilitando diversas formas de aproveitamento do espaço. Já o café e a biblioteca fazem da laje acima do pavimento de exposições um mirante convidativo.
O concurso é uma iniciativa do Município de Caeté realizada por meio de sua Fundação Casa de Cultura, na condição de organizadora, com recursos obtidos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo/Secretaria Especial da Cultura, tendo como patrocinador a empresa AngloGold Ashanti.