Mudança de comando no Prêmio Pritzker: entram Alejandro Aravena e Manuela Lucá-Dazio

Anunciadas em 29/10, as nomeações de Alejandro Aravena para Presidente do Júri e de Manuela Lucá-Dazio para Conselheira e Diretora Executiva do Prêmio, entrarão em vigor em março de 2021

(Imagem: Divulgação)

 

Nesta quinta-feira, 29 de outubro, a direção do Prêmio Pritzker de Arquitetura anunciou que a partir da sua próxima edição o chileno Alejandro Aravena será o Presidente do Júri e Manuela Lucá-Dazio será Conselheira e próxima Diretora Executiva do Prêmio. Em 2021, a mais prestigiada distinção internacional da arquitetura chegará a sua 43ª edição.

“Ao longo da história do Prêmio, temos contado com diversidade, experiência e posição dos membros do nosso júri para interpretar o papel da arquitetura na evolução, compreendendo as necessidades de mudança da comunidade, do meio ambiente e da tecnologia. Temos o prazer de receber novamente Alejandro Aravena, que traz consigo um novo modelo de liderança para administrar nosso júri independente, internacional e estimado”, comenta Tom Pritzker, presidente da Fundação Hyatt, patrocinadora do prêmio. “Da mesma forma, estamos muito satisfeitos por trabalhar com Manuela Lucá-Dazio nesta nova temporada, continuando com nosso privilégio de homenagear arquitetos que impressionaram a indústria através da arte da arquitetura e seu serviço à humanidade”.

Aravena, ganhador do Prêmio Pritzker 2016, é fundador e diretor executivo da ELEMENTAL, uma empresa de estrutura associativa e colaborativa com foco em projetos de interesse público e impacto social, incluindo habitação, espaço público, infraestrutura e transporte. A brilhante carreira do arquiteto resulta em obras de ativismo que respondem às necessidades sociais, humanitárias e econômicas.

Historicamente, a arquitetura tem como objetivo criar alternativas inovadoras e imaginar possibilidades, mas também está intimamente conectada com a sociedade. Como jurados, nossa tarefa é, em primeiro lugar, ser sensível às questões que a sociedade gostaria de observar sendo abordadas por nossa profissão (…). Estou honrado por me juntar a este esforço do grupo que visa melhorar a qualidade do ambiente construído”, comenta o Aravena.

Além do Pritzker 2016, o arquiteto recebeu outras tantas honrarias de peso internacional, como o Prêmio ULI JC Nichols 2019, o Prêmio RIBA Charles Jencks 2018, e o Prêmio de Sustentabilidade de Gotemburgo, em 2017, estreando como primeiro arquiteto à recebê-lo. Além disso, congrega em seu currículo as experiências na curadoria da Bienal de Arquitetura de Veneza 2016, como membro do Júri no Prêmio Pritzker (de 2009 a 2015), ELEMENTAL Copec Chair na Universidade Católica do Chile, ex-professor visitante na Harvard Graduate School of Design (2000 e 2005), e professor no Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza, em 2005. Por fim, é membro do Conselho Consultivo do Programa de Cidades da Escola de Economia de Londres, baseada em Santiago, no Chile.

Já ocuparam a presidência do Júri do Prêmio Pritzker: Juiz Stephen Breyer (2019 – até o momento); Glenn Murcutt (2017 – 2018); Lord Peter Palumbo (2005 – 2016); e o falecido J. Carter Brown (1978 – 2004). Dentre os jurados atuais compõem a lista: Barry Bergdoll, professor Meyer Schapiro de História da Arte e Arqueologia na Universidade de Columbia, Nova Iorque, Estados Unidos; Deborah Berke, arquiteta e reitora da Yale School of Architecture, Estados Unidos; André Corrêa do Lago, crítico de arquitetura, curador e embaixador do Brasil na Índia; Kazuyo Sejima, arquiteto, educador e Pritzker Laureate de 2010, Japão; Benedetta Tagliabue, arquiteta, ​​Espanha; e Wang Shu, arquiteto, educador e Pritzker Laureate de 2012, China.

Já Manuela Lucá-Dazio, Doutora em História da Arquitetura pela Universidade de Roma-Chieti, Itália, sucederá no mesmo cargo Martha Thorne, Diretora Executiva do Prêmio desde 2005, que deixará o cargo no próximo mês de março após a nomeação de Lucá-Dazio, mas ainda assim permanecendo como conselheira até a cerimônia do Prêmio de 2021 para supervisionar tal transição.

“Estamos extremamente gratos pela longa e impactante gestão de Martha no Prêmio, atribuindo a ela a máxima diplomacia e discrição em destacar, especialmente na composição dos membros do júri, o mérito devido das mulheres no campo da arquitetura”, afirma Tom Pritzker.

Sobre a própria saída, Thorne reflete: “A experiência e o conhecimento adquiridos nos últimos quinze anos com o Prêmio têm sido um enorme privilégio. Pensando para o futuro, desejo expandir meu envolvimento em outras iniciativas que da mesma forma afetam diretamente o campo da arquitetura, tanto trabalhando com pessoas e instituições para contratar serviços de arquitetos quanto dedicando mais tempo à escrita”.

Com relação à Lucá-Dazio, a arquiteta atuou mais recentemente como Diretora Executiva do Departamento de Artes Visuais e Arquitetura da Bienal de Veneza, gerenciando exposições para a Exposição Internacional de Arte e a Exposição Internacional de Arquitetura, desde 2009, ao lado de curadores, arquitetos, artistas e críticos. Antes disso, foi também responsável pela produção e organização técnica de ambas as Exposições a partir de 1999.

É uma enorme honra ser a próxima Diretora Executiva do Prêmio Pritzker de Arquitetura, uma referência essencial no mundo arquitetônico – ainda mais em um momento histórico tão importante para o discurso e a prática da profissão. Agradeço profundamente à Margot e ao Tom Pritzker por me oferecem a oportunidade. Estou ansiosa para ingressar na organização do Prêmio Pritzker de Arquitetura, para apoiar seu Júri de alto prestígio e cumprir a missão de celebrar a qualidade da profissão para a melhoria do ambiente construído e a vida daqueles que o habitam”.

O Prêmio Pritzker de 2020 foi concedido mais recentemente a Yvonne Farrell e Shelley McNamara, de Dublin, Irlanda, e apresentado durante a primeira cerimônia de vídeo. O Prêmio 2021 será anunciado no início da próxima primavera.