A arquitetura nas luminárias de André Vainer

Com o modelo Palito, feito de metal e concreto, o arquiteto paulistano amplia o portfólio do selo Lunar, sob o qual produz exemplares que traduzem seu modo despojado e sintético de projetar, sempre focado na funcionalidade

Mostra realizada na marcenaria Baraúna reuniu criações do arquiteto (Foto: Divulgação)

 

Há quase quatro décadas, o arquiteto André Vainer tem se dedicado a desenhar e produzir luminárias, atividade que realiza paralelamente ao ofício de projeto. Anos atrás, a brincadeira ganhou fôlego de empreendimento e ele inaugurou o selo Lunar, marca dos pendentes, abajures e das arandelas que cria com o mesmo espírito inventivo de antes – agora em uma oficina estruturada especificamente para a tarefa, ao lado de João Carlos Guedes dos Santos, seu parceiro na iniciativa.

Fabricados com partes de equipamentos e materiais básicos da indústria da construção, os artefatos luminosos são dotados de forte identidade visual. “Começamos com experiências nos canteiros de obras – que deram certo – e reproduzimos essas peças nas casas de amigos e clientes. O desenho de objetos e móveis é meticuloso e divertido, exige cuidado como qualquer detalhe construtivo de projeto”, diz Vainer, que colaborou com Lina Bo Bardi por cerca de dez anos, explicando como se dá esse desdobramento em menor escala do seu trabalho com arquitetura.

 

André Vainer e João dos Santos diante dos componentes que utilizam (Foto: Cacá Bratke/Reprodução revista Arquitetura&Construção)

 

O resultado mais recente é o modelo palito, uma luminária de piso feita com haste de tubo de aço e base de concreto com formato e dimensões semelhantes aos da cúpula, garantindo o equilíbrio do conjunto. Pela primeira vez, o cimento despontou como elemento das criações desse tipo assinadas por André Vainer, até então realizadas preferencialmente com ferro, vidro e canos de PVC de diferentes diâmetros.

 

Luminária palito (Foto: Divulgação)

 

Encaixados, recortados e pintados, esses tubos tão emblemáticos da construção civil – valorizados, pela mente do arquiteto, em sua qualidade geométrica e plástica – dão forma a exemplares de bbzinha, fusquinha, fusquinha furadinha, fusquinha pendente, mercedinha e  mini mercedinha, todas  elaboradas por ele nos últimos anos. Exceções à regra, a quadrada dispensa as curvas e a cubo exibe arestas de aço e placas de vidro (esta foi projetada ainda em 1986). Disponíveis em várias cores, tonalidades recorrentes nos projetos arquitetônicos de Vainer, os diversos modelos (veja na galeria abaixo) podem ser obtidos pelo site do selo Lunar.