(Foto: Nelson Kon)

Voyeurismo: olhando a arquitetura

Artista ou documentarista, artesão da imagem ou manipulador de realidades, o fotógrafo de arquitetura viu seu trabalho ser objeto de considerações ácidas ou laudatórias nos anos 80, assumindo, de maneira sem precedentes, uma posição estratégica na veiculação da informação arquitetônica nas revistas e livros publicados em todo o mundo.

No celebrado livro sobre fotografia Architecture Transformed, Cervin Robinson localiza um ponto de inflexão na imagem de arquitetura na passagem dos anos 70 para os 80. Isso se deveria à bem-sucedida pressão dos anunciantes sobre as revistas para uso mais intenso da cor nas páginas de editorial, apoiados pelo desenvolvimento da tecnologia de reprodução gráfica. A cor era um recurso sedutor, segundo Robinson, não apenas para os anunciantes, mas para arquitetos e fotógrafos. John Morris Dixon, editor da norte-americana Progressive Architecture (que acompanhou a passagem, nas revistas, do branco e preto para as cores), rebateu essa análise, esclarecendo que “foram os editores, e não os anunciantes, que optaram por maior uso da fotografia colorida, porque ela proporciona mais informações sobre os edifícios”.

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