Entrevista – Gustavo Penna

A busca de um fazer arquitetônico genuinamente brasileiro tem permeado a carreira do arquiteto mineiro Gustavo Penna. Palavras, sons, poesia e prosa transmutam-se e reaparecem como símbolos em suas obras. Graduado em 1973 pela Universidade Federal de Minas Gerais, Penna é autor de trabalhos singulares em programas de naturezas distintas. Doze deles - uma síntese de sua vasta produção - foram reunidos no livro Gustavo Penna arquiteto, recém-lançado pela Celacanto Editora, de Belo Horizonte. Todos os seus projetos - cerca de 500 - foram desenhados em seu escritório, um sobrado no centro de Belo Horizonte. É lá que Penna convive com os “fantasmas” da casa - o sobrado pertenceu a seu avô - e, aos 51 anos, divide com colaboradores o prazer de gerar arquitetura.

É possível falar, atualmente, em uma arquitetura brasileira?
A precisão do que é arquitetura do Brasil tem de ser definida. Temos hoje escritórios que são agências de empresas internacionais, atuando de costas para toda a produção arquitetônica histórica – desde a da colônia e até a indígena – que forma a massa cultural do Brasil de hoje. Em vez de interpretar nossas influências do passado, interpretam as influências do contemporâneo. Somos imprecisos nesse sentido. Falamos brasileiro, temos música brasileira, dança brasileira, muita coisa brasileira, mas ainda não sabemos o que é arquitetura brasileira. No momento, é importante precisar o que é a arquitetura brasileira. Que pelo menos exista uma opinião expressa com precisão e outra dita com igual precisão, mesmo que divergente dessa primeira.

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