Em um de seus costumeiros passeios pelas margens do Guaíba, na pequena cidade gaúcha de Barra do Ribeiro, para onde se mudou em 1985, o músico Renato Borghetti encontrou (e encantou-se com) um galpão que, vislumbrou, permitiria fazer avançar o projeto no qual havia alguns anos estava empenhado: o Instituto Renato Borghetti de Cultura e Música, nome oficial da Fábrica de Gaiteiros, programa que, em algumas cidades do Rio Grande do Sul, procura despertar o interesse de crianças e jovens pelo instrumento. Músico e compositor, Borghetti toca gaita-ponto (cujo nome técnico é acordeom diatônico), e tem seu excepcional talento reconhecido no Brasil e no exterior. Alguns dias depois de conhecer a construção – que já tivera melhores dias e fora ocupada com atividades que iam de depósito de farinha a fábrica de barcos e até bailão -, Borghetti adquiriu o imóvel. Sua intenção era, além de dar sequência ao ensino musical já desenvolvido em outras cidades gaúchas, instalar ali uma oficina/fábrica do instrumento que faz parte da tradição musical brasileira, conhecido como acordeom e sanfona, e que está particularmente entranhado na cultura sulista: o Rio Grande do Sul já foi a meca das indústrias que o produziam, mas não conta mais com nenhum fabricante.
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