Um compromisso com a cidade, a sociedade e a cultura | Por Rafael Perrone

Este artigo realiza uma revisão analítica da produção inicial dos arquitetos formados pela FAU/USP entre o final dos anos 1960 e início da década de 1970. É parcial, porque um balanço crítico completo exigiria pesquisa ampla. Também é certo que, por tentar estabelecer uma visão dos fatos que vivi, posso ser traído pelas armadilhas de minha memória e perspectivas. É, portanto, um depoimento que sugere relações entre o quadro geral do período, a formação dos profissionais e os trabalhos produzidos por alguns arquitetos diplomados nesse período. Desde o paradigmático 1968, ano de meu ingresso na FAU/USP, até 1973, quando me formei, à sombra do governo Médici e na vigência do “milagre brasileiro”.

As gerações formadas antes de 1964 conviveram com a perspectiva de participação nas transformações sociais do Brasil. Nelas, o arquiteto desempenharia a tarefa de construir os espaços e os objetos consoantes com, no mínimo, uma distribuição mais eqüitativa das riquezas, dos ambientes e da cultura. Em 1968, essa amplitude já não existia, pois os estudantes do quinto ano haviam ingressado em 1964 e vivenciavam as contradições e as dificuldades de desenhar um Brasil “socialista” ou no mínimo mais justo.

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