Do público ao privado: a habitação coletiva na obra de Franz Heep | Por Marcelo Barbosa

Em 2002, comemora-se o centenário de nascimento de Adolf Franz Heep, autor de projetos memoráveis - como o edifício Itália e a igreja São Domingos, ambos em São Paulo -, mas ainda pouco estudado.1 Depois de trabalhar em Frankfurt, Alemanha, e em Paris, Heep criou - à margem do brutalismo paulista, que via a arquitetura como instrumento de transformação social - edifícios de habitação coletiva, em São Paulo, que ajudaram a consolidar o mercado imobiliário local. Esses projetos - de arquitetura padrão, na concepção bauhausiana - extremamente detalhados, com ênfase no sistema construtivo, expressam uma tentativa de industrialização. E, sem questionar o espaço urbano como organismo em transformação, partem do pressuposto da cidade pronta, impermeável às discussões dos conflitos da sociedade capitalista.

A Segunda Guerra Mundial ocasionou a imigração para São Paulo de racionalistas europeus que contribuíram na implantação da arquitetura moderna na cidade. O austríaco Bernard Rudofsky, os poloneses Lukjan Korngold e Victor Reif, os italianos Giancarlo Palanti, Lina Bo Bardi e Daniele Calabi, entre outros, foram atraídos pela vanguarda arquitetônica em formação no Brasil. Assim chega também o alemão Adolf Franz Heep.

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